sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Se deuses existissem, ele preferiria a companhia dos demônios.

  Poderiam ser as palavras de despedida, as últimas de uma triste existência, mais um rascunho de um adeus planejado. Mas o que lhe falta é coragem, no fundo uma ponta de esperança que as coisas podem melhorar antes de voltarem a piorar para aí aguentar e continuar.
  Talvez a música lhe salve, pois a desconfiança na existência humana parece incorrigível. Nenhum deus pode resolver ou ajudar na sua situação, até porque se esses seres mitológicos existissem, ele preferiria o inferno, sem dúvida a companhia do demônio. Ele adora um pecado.
  Não cabe julgar, não sabemos se é possível ajudar. Não sabemos como ajudar. Impotência. Só nos resta assistir a autodestruição, nem assim ele tem conseguido colocar um fim, apenas prorrogando a dor. Tomara que não fira mais alguém nesse caminho para o fim.
  Ele acha que não é capaz de amar, e não falo apenas em sentido carnal. Ele disse outro dia que simplesmente não sente. Que lástima. Incerteza.
  Acho que nunca houve um dia de paz. O caos é o seu caminho. Assim seguirá, pelo menos enquanto suportar. Enquanto a ponta de esperança por dias melhores o manter na existência. Por monentos que ainda lhe são significativos, ele vai persistir. Até que tenha coragem do ato fatal.

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